
Desta obra de ALESSANDRO MANZONI (1785-1853), disse Otto Maria Carpeaux ser “o maior romance histórico que já se escreveu” (cf. “História da literatura ocidental”. S.Paulo: Cultura, 2012, vol. 3, p. 1.540).
Desta obra de ALESSANDRO MANZONI (1785-1853), disse Otto Maria Carpeaux ser “o maior romance histórico que já se escreveu” (cf. “História da literatura ocidental”. S.Paulo: Cultura, 2012, vol. 3, p. 1.540).
Instalou-se na hora presente uma dinâmica antitética (pode dizer-se que) universal: uma pandemia de irracionalidade.
Complexas teses conspiracionistas escoradas em fundamentos conjecturais enfrentam o que se pode chamar de ideologia da vassalagem alicerçada no abuso semântico do termo “ciência”.
Ao passo em que, de um lado, está a clave emblemática resumida, por seu caráter gráfico, em que o trumpismo soe como um redivivo sebastianismo; já, de outro lado, está a cumplicidade resignada diante de um impositivo pensamento uniformista, sob a escusa de um seu (suposto e autoproclamado) caráter científico.
Ideologias ambas essas coisas: ali, a ideologia futurista, sempre lançada ao “cras, cras” –amanhã, amanhã; a outra, a ideologia do avassalamento, a da “lei do soldado” (lei é lei…pouco importa o que mande).
Não será por acaso que, apartando-se da relação mais fiel com a realidade das coisas, essas correntes escolham preferir, em muitos de frequentes seus confrontos, argumentos baculínicos e “ad hominem”: lacaios vs. negacionistas; vassalos vs. egoístas; socialistas vs. direitistas; liberais vs. comunistas; extremas isto vs. extremas aquilo (como se os centristas não fossem, eles próprios e de algum modo, uma sorte de ecletismo extremo; pois é: o médio da virtude não é a mediocridade).
Mas a realidade da vida segue seu curso com independência dos sonhos sebastianistas e, não menos, a despeito das nem sempre felizes interferências tidas por científicas, nunca se soube que um só iota da história se tenha desviado da razão e vontade de quem a governa desde a eternidade.
Faria bem a nós todos, nesta hora, ler e reler o mais grandioso dos romances históricos, “Os noivos” (“I promessi sposi”), de Alessandro Manzoni.
Grande turbação para os indivíduos e os povos é o serem governados de maneira irracional (vide ISAÍAS, 3,4).
A violação comunitária dos preceitos da lei natural leva a esse tormento do caos.
A lei é, definidamente, ordenação racional, e não mera vontade de quem pode.
É tempo de fomentar a consciência histórica. Qual é o sentido da história? Qual é o fim da história? Quem é o Senhor da História?
O termo complexo “direito natural” vitima-se de invocações muito variadas, desde uma concepção genuinamente cristã até o extremo de um “iusnaturalismo libertino”, assim o de Michel Foucault e tal o qualificou Sergio Cotta.
De que segue haver iusnaturalistas de muito diversificada orientação (e foram-no, a seu modo, até mesmo Thomas Hobbes, Rousseau, Herbert Spencer, Wilhelm Dilthey e Herbert Hart); que é a confiança cega na mecânica do livre mercado ou no determinismo histórico senão iusnaturalismos extraviados?
SERGIO COTTA (1920-2007), iusfilósofo italiano
A natureza a que se refere o iusnaturalismo cristão é a natureza do homem e não a natureza das coisas (ou ainda a dos animais). Até mesmo Kant negava ser possível atribuir direitos e deveres às coisas e aos animais brutos. A natureza do homem é a inscrita “em sua estrutura ontológica específica” (Sergio Cotta), o que supõe o primado da razão.
ARISTÓTELES, “mestre daqueles que sabem” (Dante), é tido por “o pai do direito natural”.
É assim o é, justificadamente, desde que se pense na teoria do direito natural, e não na gênese de sua consideração (que se deu, de modo confirmado, com os sofistas).
Dessa maneira, propriamente, devemos entender que Aristóteles é o pai do iusnaturalismo.
Exitus e reditus: o Verbo ao princípio e ao fim
DEUS, Senhor da história, é o fundamento último do direito: nullum ius nisi a Deo.